Vênus de Lausseaul

Descrição do Produto: produzido em cerâmica fria

Dimensão: 12,5cm (altura), 10cm (largura), 5cm (comprimento) / Peso: 377g

Informações adicionais: Esculpida há cerca de 25.000 anos, em uma parede de pedra calcária de um abrigo rochoso na região da Dordogne, sudoeste da França, a Vênus de Laussel é uma das mais poderosas representações da arte rupestre paleolítica e do culto à Deusa Mãe. Essa figura feminina não foi moldada em argila, mas gravada em baixo-relevo, o que lhe confere uma presença sólida, quase imutável — como se Ela fosse parte da própria Terra.

Com cerca de 46 cm de altura, a deusa aparece de perfil, com seios e ventre proeminentes, e segura com uma das mãos um chifre lunar com treze entalhes, associado aos ciclos menstruais e lunares. A outra mão repousa sobre o ventre, sugerindo gestação, poder feminino e fertilidade. A cabeça da Vênus está inclinada e coberta com um possível penteado ou véu, reforçando o caráter ritualístico da imagem.

Descoberta em 1911 por um médico e arqueólogo amador chamado Jean-Gaston Lalanne, a peça foi esculpida diretamente em uma rocha em Laussel, e posteriormente destacada e levada ao Museu de Aquitânia, onde é preservada como um tesouro da espiritualidade ancestral europeia.

Arqueólogos e antropólogos consideram a Vênus de Laussel um símbolo claro do culto à Grande Mãe, expressão da conexão entre a mulher, a lua e os ciclos da vida. O chifre que Ela segura, semelhante a uma lua crescente ou a um instrumento ritual, pode representar o calendário menstrual lunar e a reverência ao poder cíclico da natureza e da mulher.

Algumas interpretações veem nessa Vênus uma sacerdotisa xamânica, uma curadora das cavernas ou uma representação da Deusa como aquela que sangra sem morrer e gera vida a partir do próprio corpo. Ela é a Senhora do Sangue Sagrado, da abundância e da renovação — o corpo feminino como altar e oferenda.

Muito além de um artefato arqueológico, a Vênus de Laussel é um testemunho espiritual de um tempo em que o feminino era reverenciado como centro da criação e mantenedora do equilíbrio da Terra. Ela nos fala através da pedra, do silêncio e do tempo — lembrando-nos que os ciclos do corpo e da natureza são sagrados, eternos e profundamente interligados.