Descrição do Produto: produzido em cerâmica fria
Dimensão: 33,5cm (altura), 9cm (largura e comprimento) / Peso: 895g
Informações adicionais: A Vênus de Lespugue é uma impressionante estatueta feminina do período Gravettense, esculpida há cerca de 25 mil anos, durante o Paleolítico Superior. Descoberta em 1922 pelo arqueólogo René de Saint-Périer, ela foi encontrada na caverna de Rideaux, nas colinas calcárias próximas à vila de Lespugue, no sudoeste da França — um local que abrigava povos caçadores-coletores e, possivelmente, rituais sagrados de conexão com a Terra e o feminino.
Feita em marfim de mamute, a figura mede cerca de 15 cm e traz formas voluptuosas e altamente estilizadas. Os seios, quadris e nádegas são ampliados de modo quase abstrato, destacando a fertilidade, a abundância e o corpo como receptáculo do sagrado. Seus braços e rosto são apenas sugeridos, enquanto os detalhes do corpo feminino são intensificados, como que reverenciando a potência criadora da mulher.
Um dos elementos mais notáveis da peça é o detalhe trançado ou em anéis na parte inferior das costas, que alguns arqueólogos interpretam como a representação mais antiga conhecida de fibras têxteis — sugerindo um papel ancestral da mulher na origem da tecelagem e da cultura material.
Antropólogos e estudiosos veem na Vênus de Lespugue mais do que um símbolo de fertilidade: Ela é a expressão de uma cosmovisão centrada na Deusa, onde o corpo feminino representava o portal da vida, da transformação e da continuidade. Suas formas exageradas podem ser lidas como icônicas, mais espirituais do que realistas — como uma oferenda à Terra Mãe ou uma personificação da abundância.
Outros teóricos a veem como uma figura ritual, usada em cerimônias relacionadas ao nascimento, à fertilidade da terra ou à iniciação das mulheres. Sua presença em uma caverna reforça o simbolismo do útero da terra, do espaço interior e da gestação do mistério.
A Vênus de Lespugue é um artefato sagrado do passado remoto — uma imagem que ecoa as primeiras expressões humanas do mistério da vida, da feminilidade e do divino. Ela guarda em seu silêncio milenar o sopro da ancestralidade que ainda vive nas profundezas do ser.
Código | 18279 |
Categoria | Deusas e Deuses |
Marca | 0036crvna |